Informações diversas e actuais de interesse a respeito da paróquia de LAGEOSA DO MONDEGO - Celorico da Beira, distrito da Guarda

sexta-feira, abril 27, 2007

Dificuldades e desafios (continuação do II Cap.)

Muitos cristãos ainda têm uma certa dificuldade em entender a missão da Igreja, sobretudo a parte que diz respeito aos leigos. E da parte dos leigos, o que mais lhes custa a aceitar é o seu lugar na liturgia. Para vencer a ignorância e, mais ainda, o peso da tradição, impõe-se uma continuada e esclarecedora catequese sobre a Igreja. De facto, sem uma justa visão e compreensão da Igreja não é fácil aceitar as mudanças que se impõem. Porém, em muitos casos, o esclarecimento não parece suficiente. As pessoas até compreendem que os sacerdotes não podem fazer tudo e que os leigos, por direito próprio, podem fazer muitas coisas no âmbito da liturgia. Mas, mesmo assim, muitos continuam a exigir que o sacerdote faça tudo. Consideram que é “mais bonito”, “as coisas ficam mais bem feitas”, “as celebrações são mais válidas”. Nestes casos, resta apelar à conversão da mente e do coração. Só assim serão capazes de aceitar as mudanças e de participar mais activamente na vida da Igreja.
Todavia, não faltam aqueles que não querem ser esclarecidos nem se querem converter. Esses são, normalmente e como é fácil de adivinhar, os que menos praticam e menos querem com a Igreja e com o padre. Mas, sem que reconheçam a contradição em que caem, são os que mais exigem e mais alarido fazem para que tudo continue na mesma.
  • Querem e exigem a Eucaristia no casamento e que seja o sacerdote a presidir á celebração do mesmo. Mas antes, raramente ou nunca põem os pés na igreja, dispensando bem a Eucaristia dominical. E, depois do casamento, tarde ou nunca lá voltarão. E ao padre só o vêem e só o querem nessas ocasiões, porque lhes convém.
  • Querem e exigem a Eucaristia no funeral dum familiar, mas eles ficam fora da igreja, durante a celebração; querem que o padre acompanhe o cortejo fúnebre até ao cemitério, mas eles são capazes de ir a falar, durante todo o percurso; querem que seja o padre a orientar a oração no cemitério, mas eles não abrem a boca!
  • Querem ver o padre a fazer as procissões, mas eles não participam nas mesmas. Muitos limitam-se a colocar-se em lugares estratégicos das mesmas, para “ver a banda passar” e gozar o espectáculo. Todos estes querem o padre por uma questão de tradição e de bem parecer. E se os padres não fazem o que eles querem e como querem, acusam-nos de lhes fazer perder a fé e de acabarem com tudo.

Mas que fé é a deles, se não querem viver segundo a verdade do Evangelho e os ensinamentos da Igreja? Afinal, que fé é que eles perdem? Seguramente, não é a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo! E também podem estar certo que, em princípio, não são os sacerdotes que acabam com tudo. Muito menos acabam com o que é válido e deve permanecer. Convém esclarecer.

Há tradições que, por deixarem de ser uma adequada expressão de fé, podem e devem acabar.

Outras correm o risco de desaparecer, porque as comunidades ou alguns dos seus membros não aceitam que sejam orientadas pelos leigos.


Consequentemente, há tradições que acabam porque, por um lado, os padres não podem nem devem fazer tudo e, por outro lado, os leigos não assumem ou não lhes é dada a oportunidade de assumir a parte que lhes cabe.

É possível e desejável inverter esta situação. Assim o queiramos todos! Os cristãos, que o são apenas de nome ou por mera tradição, merecem certamente o nosso respeito e a nossa solicitude pastoral. Devemos insistir junto deles, com verdade e com caridade, para que vejam e entendam melhor a realidade do ser cristão e do ser Igreja. Porém, em nome da fidelidade ao Evangelho e à missão recebida de Jesus, não podemos permitir que eles, com a sua teimosia e os seus protestos, nos impeçam de avançar no justo caminho da renovação! Queremos e desejamos que eles caminhem connosco, mas não deixaremos de avançar no caminho, se eles persistirem em ficar para trás! Muito caminho tem deixado de ser percorrido na Igreja e em igreja por causa daqueles que não querem avançar!

1 comentário:

Anónimo disse...
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