Informações diversas e actuais de interesse a respeito da paróquia de LAGEOSA DO MONDEGO - Celorico da Beira, distrito da Guarda

segunda-feira, junho 30, 2008

Ser Padre à maneira de Jesus Cristo

Porque foi, é e há-de ser um chamamento e convite de Jesus Cristo.
Ouvi aquela voz divina sussurar ao meu ouvido: "segue-Me", a mesma voz que dirigiu convite idêntico aos doze e a Homens de todo o tempo para lhes entregaraem a vida.
Não pude nem posso olhar para este convite de forma banal, irresponsável ou indiferente. Por isso, com Ele e com a ajuda de muitas outras pessoas fiz-me ao caminho e cheguei à conclusão que ser padre é mesmo o que eu quero e o que Jesus quer.
Contudo não basta somente ser padre. O que mais me fascina e seduz é querer ser padre á maneira de Jesus Cristo: actuando da mesma forma que Ele actuou, vivendo ao Seu estilo e mamando da mesma forma que Ele amou. Estou consciente de que vai ser dificil, mas impossível não será. Penso que aqui está o verdadeiro "porquê" de eu querer ser padre!


Uma da experiências que mais me marcou foi o estágio pastoral em Celorico da Beira.
Aqui, ao longo de dois anos, vivo numa autêntica família que é a comunidade sacerdotal. Partilçhamos momentos bons e maus, programa-se a pastoral em comunm, posso mesmo dizer que estes três padres foram uns autênticos "pais espirituais" para mim. Nas paróquias de Celorico da Beira aprendi, cresci pastoralmente, vivi a fé com estes cristãos e agora estou pronto para assumir a missão sacerdotal.

Excerto da entrevista ao "Jornal da Voz da Fé".

domingo, junho 22, 2008

Os Presbíteros na Igreja - A identidade do padre na Igreja

O que é, melhor, quem é o padre? Todos conhecemos certamente padres que, pelo que fazem e pela maneira como o fazem, nos ajudam a compreender o que é um padre. Mas o que está na origem de uma vida assim?

1. As afirmações fundamentais da Igreja

No Concílio Vaticano II, a Igreja define o padre da seguinte maneira: os presbíteros são consagrados á imagem de Cristo para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino (LG 28).
E todo o restante número 28 desta Constituição sobre a Igreja (Lumen Gentium) nos apresenta o padre na sua relação a Cristo à Igreja e, na Igreja - sinal e sacramento de Cristo - aos bispos, ao presbitério (irmãos padres) e ao povo de Deus.
O padre é, portanto, ministro de uma Igreja que é Sacramento de Cristo, Luz dos Povos, e que para se expressar na vida dos homens precisa de ministros que sirvam essa sacramentalidade.
Por isso mesmo, o decreto sobre o Ministério e vida dos sacerdotes (PO) afirmará, a certa altura, que os presbíteros [..] não poderiam ser ministros de Cristo se não fossem testemunhas e dispensadores de uma vida diferente da terrena, e nem poderiam servir os homens se permanecessem alheios à sua vida e às suas situações (PO 3). A sua vida transcorre, de facto, entre a convivência e a diferença.

2. Uma realidade cristã original

Desta forma o presbiterado (ser padre) surge, de facto, como uma realidade cristã original, interior à própria revelação e centrada sobre Cristo. Podemos então resumir algumas características da identidade e missão do padre segundo o pensamento da Igreja no Vaticano II:

2.1.Ser presbítero é realização, em nós, do Senhor Jesus, Cristo.

Ser presbítero é realização. em, nós do Senhor Jesus, Cristo. O seu ministério, se quisermos o seu sacerdócio, é o fundamento contínuo e continuado do nosso ministério e não apenas um primeiro elo de uma cadeia da qual todos faríamos parte:
  • Ser padre é uma realidade que não tem apenas algo a ver com a celebração da Eucaristia, mas que está relacionada com a missão de toda a Igreja;
  • A sua acção não se limita ao poder de consagrar o Corpo de Cristo (Eucaristia) mas alarga-se à acção em nome de Cristo, Cabeça da sua Igreja, seu Corpo eclesial.
  • Os padres recebem a sua autoridade de Cristo, em Igreja, na criação dos grupos de apóstolos que são enviados em nome do mesmo Cristo; o padre participa na missão apostólica de toda a Igreja: ele conduz uma comunidade nascida da acção da Palavra de Deus

    2. 2. Fazer com a nossa vida o que Cristo fez com a sua

Tendo vivido o seu ministério, o seu sacerdócio, não pela imolação de touros e cabritos, mas pela oblação de si mesmo o Ressuscitado dá a todos os cristãos a possibilidade de fazer o mesmo com a sua existência pessoal concreta [(Rom 12, 1-2) (falamos do sacerdócio baptismal)]. Mas é dentro desta possibilidade salvífica que o Ressuscitado dá a todos os cristãos a possibilidade de fazerem com sua vida o que Ele mesmo fez, que surgirá o que chamamos de sacerdócio ministerial (ministério ordenado): na Igreja, alguns, entre muitos, são constituídos para o serviço de’ todos os outros.

Então, longe de se opôr ao sacerdócio dos baptizados, o presbítero permite a vivência dessa dimensão de toda a Igreja. Significa que as suas identidades (a dos baptizados e a dos ministros ordenados ) se reforçam mutuamente com a sua comunhão: a distinção une-as[1]. Estão ordenados um para o outro (LG 10). Então para que todos possam viver a sua dimensão baptismal é necessário que alguns sejam ministros. E a Ordem não significará nunca um degrau mais elevado de santidade em relação ao sacerdócio baptismal, mas apenas um caminho diferente:

  • O ministério do padre não é, portanto, destinado apenas ao culto, mas sim ao apostolado que congrega numa mesma realidade o anúncio da Palavra, a celebração dos sacramentos e a condução pastoral. O verdadeiro sacrifício é o de se oferecer a si mesmo, o de dar a sua vida como oferta espiritual.
  • O ministério do padre (presbítero) é um Dom de Cristo à sua Igreja. A ordem é recebida em Igreja por baptizados chamados na fé para um serviço específico na Igreja e como seu sinal;
  • Os padres são unidos à missão dos bispos que é a mesma missão que eles receberam dos apóstolos;
  • Nesse sentido, porque unidos e enquanto unidos aos bispos, os padres representam o Bispo e a Igreja Universal;

3. Evangelizar, conduzir e santificar

O ministério presbiteral é também o mesmo que Jesus entregou aos Apóstolos com a missão de evangelizar, conduzir e santificar. E isso significa que, na unidade de presbitério em comunhão com o Bispo, sucessor dos Apóstolos, o ministério ordenado se efectiva a maneira do ministério dos apóstolos, ou seja num dinamismo de evangelização e num Dom total de si mesmo. É assim que o sacerdócio não é um emprego, mas é um estado vida caracterizado pela consagração de si ao serviço evangélico dos outros:

  • As tarefas que se impõem aos padre são as mesmas que se impõem aos bispos na continuidade da missão apostólica: pregar e anunciar o Evangelho, guiar o povo de Deus (Igreja) e celebrar o culto na Liturgia como sacerdotes o Novo Testamento, isto é, unidos a Cristo.
  • É, portanto, toda a vida do padre - nas suas relações com as pessoas - que dá glória a Deus

Afirma a Igreja (PO 3) que os presbíteros não poderiam ser ministros de Cristo se não fossem testemunhas e dispensadores duma vida diferente da terrena, e nem poderiam servir os homens se permanecessem alheios à sua vida e às suas situações. O seu próprio ministério exige, por um título especial, que não se conformem a este mundo; mas exige também que vivam neste mundo entre os homens e, como bons pastores, conheçam aqueles que lhes estão confiados, para que também esses oiçam a voz de Cristo.

No seio de todo um Povo sacerdotal, de toda uma Igreja, os padres, somos ungidos de novo – porque o Senhor nos quer – para sermos mediadores do sacerdócio de Jesus Cristo, cabeça da Igreja. Somos diferentes e devemos aceitar que o somos porque o Senhor nos escolheu e nos colocou no mundo como sua presença particular para construção de toda a Igreja que é o seu Corpo[2].

E é aqui – neste ponto – que existe muito quem confunda a proximidade que o sacerdote, enquanto pastor, deve ter para com os homens e mulheres do seu tempo, na disponibilidade e simplicidade de vida, com o anular dessa diferença, igualando-o a todos os outros homens. É por isso que a frase tantas vezes ouvida que diz que o padre é um homem igual a tantos outros é perigosa e terrivelmente enganadora[3].

[1] Cf. André MANARANCHE, Vouloir et former des prêtres (paris: Fayard, 122.’!) 264.

[2] Cf. D.José da Cruz POLICARPO, Subamos para Jerusalém (Lisboa: Paulistas, 1998)93.
[3] Cf. Ibid.

sábado, junho 21, 2008

Dois novos padres e um diácono para a Diocese

No próximo dia 29 de Junho, pelas 16 h , na Sé Catedral, o Gilberto e o Hélder vão ser ordenados presbiteros e o Valter vai ser ordenado diácono.

A Diocese e em especial as paróquias onde durante estes dois anos o Diácono Gilberto desenvolveu a sua actividade pastoral, partilham da sua alegria em clima de louvor e acção de graças.

Louvamos o Senhor por este importante presente que Ele nos oferece. Peçamos-Lhe que faça de todos os padres do nosso presbitério: "padres segundo o coração de Deus". Peçamos pelas nossas comunidades cristãs para, que a exemplo das paróquias de Almaceda, Colmeal da Torre e Covilhã sejam alfobre de futuras vocações.

Precisamos de comunidades cristãs que colaborem, apoiem e incentivem a pequena semente da vocação.
Precisamos de comunidades que sintam o problemas das vocações como seu e não apenas da instituição. Sem comunidades empenhadas na oração pelas vocações, sem familias disponiveis para entregarem os seus filhos à Igreja, sem jovens educados no seu da familia para valores espirituais não surgiram vocações...
Precisamos de comunidades que aceitem os desafios das novas formas de organização pastoral. É só com a compreensão de todos, é possível.
"Para mim viver é Cristo" (Fil. 1, 21)

domingo, junho 01, 2008

Oração no dia Mundial Criança

Senhor, não quero pedir-Te nada de especial nem difícil, como fazem outras crianças.

Hoje quero pedir-Te um grande favor, sem que os meus pais se apercebam.

Faz de mim um televisor, para que os meus pais se interessem por mim como se interessam pelo televisor, para que olhem para mim com o mesmo interesse com que a minha mãe acompanha a sua novela preferida, ou o meu pai o jogo de futebol; quero falar como essas pessoas, porque quando elas falam, toda a minha família se cala para as escutar.

Desejo ver a minha mãe dar tantos suspiros à minha frente como faz quando olha para os desfiles de moda. Quereria que o meu pai se risse tanto comigo como faz quando acompanha um programa cómico na TV.

Se acreditassem em mim quando lhes conto alguma coisa como acreditam na televisão, diriam: «Está certo! Vi isso na televisão!»

Desejaria ser um televisor para ser o rei da casa, para me tornar o centro das atenções, para ocupar o melhor lugar, para que todos os olhares se voltassem para mim.

Desejaria que os meus pais se preocupassem comigo como se preocupam quando o televisor avaria. Chamam imediatamente o técnico.

Desejaria fazer companhia à minha mãe quando ela se sente sozinha, quando se sente triste. Gostaria de estar tanto tempo com ela como o que ela concede à televisão.

Gostaria de ser televisor para ser amigo dos meus pais e a pessoa mais importante para eles.

Ó pai celestial, se me transformasses em televisor, eu poderia ter outra vez pais, e ser outra vez feliz.

Por favor, Pai, faz de mim um televisor.

Ámen.