O bispo da Guarda considerou hoje que a introdução, em Abril, de portagens nas autoestradas A23 e A25 constitui uma "profunda injustiça", por verificar que outras zonas mais desenvolvidas do país são servidas por itinerários principais sem pagamento de tarifas.
Manuel da Rocha Felício disse à Lusa que o fim das duas SCUT que servem o distrito - A23 (Guarda/Torres Novas) e A25 (Vilar Formoso/Aveiro) - lhe parece "muito mal" e "uma profunda injustiça".
"Em Portugal há zonas muito mais privilegiadas do que a nossa e têm IP's (itinerários principais) com quatro pistas, de graça, a servirem zonas com um índice de desenvolvimento muito superior, e nós, vamos ter que as pagar", lamentou.
Por outro lado, o prelado diocesano acrescentou que as autoestradas da região da Guarda "só com muita boa vontade se podem chamar autoestradas; percursos que têm, regularmente, descidas com seis, sete ou oito por cento [de inclinação], com curvas, são verdadeiras estradas de montanha, que vamos agora pagar, de forma injusta, em relação a outros lugares que são muito mais planos e que não têm estas dificuldades", declarou Manuel da Rocha Felício.
O bispo da Guarda também apontou que as portagens serão "um problema" para as empresas que estão instaladas na região, temendo que alguns empresários possam abandonar a zona. Perante o cenário, pediu que "quem de direito" tenha uma atitude "de justiça" para com esta região do interior do país.
"Nem sequer é discriminação positiva. É justiça. É isso que temos de pedir àqueles que nos orientam", disse. Considerou que acabar com as duas SCUT que servem a Guarda "é uma decisão injusta" e que o Governo "não tem em consideração a situação real" dos residentes.
Fonte: JN
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